O clima de céu de brigadeiro entre boa parte dos vereadores de Teresina e o prefeito Silvio Mendes acabou. Já faz algumas semanas que um grupo de parlamentares manda recados ao Palácio da Cidade por meio de matérias em debate na Câmara Municipal.

Um dos exemplos aconteceu nesta terça-feira (25). Um grupo de vereadores usou uma matéria aparentemente pouco importante para mandar o recado. Silvio vetou um trecho do projeto de lei da vereadora Samantha Cavalca que proíbe músicas e coreografias que façam apologia ao crime, ao uso de drogas e que expressem conteúdos sexuais nas escolas da capital. O veto foi apenas de um item que não compromete a proposta, mas os vereadores aproveitaram esse ponto para agir.
Ao longo da sessão da terça-feira, eles chegaram a articular a derrubada do veto. Um requerimento de pedido de urgência para apreciação do veto chegou a ter 18 assinaturas, iniciativa que normalmente só acontece com pautas mais relevantes ou de interesse do próprio Palácio. Nesse caso, a urgência era só uma forma de mostrar o grau de insatisfação.
O líder do prefeito na Câmara Municipal, vereador Bruno Vilarinho (PRD), não teve sossego. Ele fez de tudo para convencer os colegas a recuarem. Após muitas mensagens e ligações, a matéria foi “guardada”, o que significa que não está esquecida.
Promessa não cumprida
A razão da insatisfação dos vereadores é uma promessa não cumprida, segundo eles, pelo prefeito Silvio Mendes. Os parlamentares afirmam que o gestor municipal prometeu dar a cada vereador 30 terceirizados e 4 comissionados na prefeitura.
Um dos parlamentares ouvidos por DitoIsto destacou que a promessa dos 30 terceirizados foi feita sem que os vereadores tivessem ido pedir. Partiu do próprio Palácio da Cidade a ideia que contemplar todos, igualmente, sem distinção de lado ou cor partidária.
Só Jeová bota gente
Segundo dois parlamentares ouvidos, enquanto a maioria dos vereadores espera as indicações, o vice-prefeito Jeová Alencar “bota gente todo dia na prefeitura”.
Com os gabinetes cheios de gente pedindo empregos diariamente, os vereadores alegam que esperaram demais. Segundo eles, o coro é um só: "perdemos a paciência".