A prefeita de Piripiri, Jôve Oliveira (PT), afirmou nesta segunda-feira (10) que vai votar para senador seguindo a orientação do governador Rafael Fonteles e levando em conta os nomes que ajudam o seu município. A gestora, que é ligada politicamente ao deputado federal Flávio Nogueira (PT), garante que é “do clube” do deputado, mas avalia que é preciso haver logo uma definição se ele será mesmo candidato a senador ou se vai buscar a reeleição para a Câmara Federal.
“Sou Flávio Futebol Clube, torço por ele, voto nele. Agora essa questão dele ser candidato a federal ou a senador tem que ser logo definida. Piripiri é o quarto maior colégio eleitoral do Piauí. Nós temos pouco mais de 300 votos a menos do que Picos e certamente em 2026, pelos prognósticos, nós seremos a terceira maior cidade em número de eleitores. O deputado Flávio, que tem ajudado muito o nosso município, estou com ele como deputado federal, mas se houver alguma mudança a gente vai dialogar com muito respeito, dado a tudo que ele já fez por nossa cidade”, explicou a prefeita.
Mudança de discurso
Sobre a possibilidade de votar em Júlio César (PSD) para senador, a gestora admitiu que pode acontecer e fez elogios à postura que o deputado federal adotou na campanha municipal em Piripiri. Embora o PSD tenha sido adversário dela na disputa pela prefeitura, Jôve disse que Júlio César teve uma postura ética ao não ir até a cidade de Piripiri durante a campanha.
“O Júlio fez questão de não ir a Piripiri nas eleições municipais. Mesmo o deputado Georgiano indo, se posicionando lá contra o nosso time, mas o deputado Júlio César sempre foi muito cordial conosco, não foi participar das eleições lá em Piripiri. Então é um quesito a ser avaliado também pela postura ética que ele manteve nas eleições de 2024”, argumentou.
Não era bem assim
O discurso adotado agora por Jôve é diferente de alguns meses atrás. Numa entrevista ao programa Agora, da TV Meio, no final de outubro de 2024, a prefeita disse que foi ignorada e menosprezada por Júlio César e pelo filho dele, o deputado estadual Georgiano Neto. Na ocasião, ela contou que buscou dialogar com os dois em busca de aliança para sua reeleição, mas que foi ignorada.
Por conta disso, deixou clara a restrição em apoiar uma eventual candidatura de Júlio para o Senado e sinalizou seu apoio a Flávio Nogueira, por quem dizia já estar em campanha, e a Marcelo Castro (MDB), com quem dizia ter bom diálogo e gostar muito.
“O PSD é adversário lá e não foi por falta de diálogo. Eu até tentei conversar com o deputado Júlio César e com o próprio filho dele, o Georgiano, através do meu amigo Toninho, presidente da APPM, e eles me ignoraram. Vamos ser muito realistas: eles me ignoraram. Então eles estão lá e eu vou ficar aqui. Eu acho que eles são pessoas importantes para o estado do Piauí, mas nos ignoraram, né? Você não pode menosprezar nenhuma liderança nesse estado”, desabafou ela na ocasião.
Ou seja, em um intervalo de menos de cinco meses, o que Jôve considerava “menosprezo” por parte de Júlio César passou a ser “postura ética”.
